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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

papai noel morreu

http://image8.spreadshirt.com/image-server/v1/compositions/109065456/views/1,width=235,height=235,appearanceId=231/Punk-Santa-Women-s-T-Shirts.jpg







vejo você com a mala de viagens
de barba branca e roupas longas
as mangas para esconder as tatuagens
acha que engana "as minhas crianças mongas"

não ouvi na lenda que papai noel tinha alargadores
meus filhos te olham de um jeito
um semblante de desprezo perfeito
e comentários de todos os sabores

eu esqueci de avisar
que papai noel morreu
eu deixei ele cair do altar

pisoteado pelas renas
o trenó o acertou na clavícula
ele se foi junto com a magia

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

quero amor

quero amor que me faça ter alegria ao acordar de manhã
quero amor que me dê esperança
quero amor pra esperar voltar do trabalho todo dia
quero amor pra apontar meus erros e comemorar os acertos
quero amor pra jogar a culpa
quero amor que me beije na chuva
quero amor sem restrições
quero amor com cheiro de suor, mas suor de determinação
quero amor nervoso, sempre atento a tudo
quero amor com déficit de atenção, pra que eu possa cuidar

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

jogo limpo - Sia Furler

você me assusta, porque é um homem e não um menino >> você tem poder, e não posso te tratar como um brinquedo>> você é a melhor das ruas, viajada por uma garotinha>> você arruma a bagunça, enquanto eu tento conquistar o mundo>> não me deixe, fique aqui e me assuste>> não me deixe, venha aqui e me ilumine>> me dê tudo o que tem, me dê sua carteira e seu relógio>> me dê seu primogênito>> me dê seu arco-íris e o seu...

então venha me desafiar>> tome as rédeas e veja>> me veja sofrer, querido>> você é tudo que eu preciso>> eu nunca joguei um jogo limpo>> eu sempre tenho a melhor mão >> mas o que vale é intelecto e ficar aéreo>> já que não respeito ninguém>> quero jogar esse jogo limpo >> quero jogar esse jogo limpo

você me assusta, nós nem nos beijamos e eu já chorei>> você chegou muito perto e eu empurrei e empurrei, esperando você morder a isca>> assim eu poderia correr e correr, e foi o que eu fiz por meio da poeira>> vê as marcas de dentes? não são todas as suas, você foi jogado >> em uma história que não funcionou pra mim >> em uma história, da qual eu não poderia fugir>> então me balance, me balance até eu desistir>> me despindo, querido, eu sei que vai ter amor aqui

então venha me desafiar>> tome as rédeas e veja>> me veja sofrer, querido>> você é tudo que eu preciso>> eu nunca joguei um jogo limpo>> eu sempre tenho a melhor mão >> mas o que vale é intelecto e ficar aéreo>> já que não respeito ninguém>> quero jogar esse jogo limpo >> quero jogar esse jogo limpo

"Sia"

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

soneto dos caminhos

sigo a minha direção
trilho passos burlando
as estrelas caindo o céu queimando
e ignorando os palavrões do coração

de costas para o passado
que grita pelo meu nome
a estrada clama com fome
por um choro tratado

focando o futuro
de braços abertos
e um sorriso duro

seus caminhos incertos
que me jogaram no escuro
não me parecem mais tão espertos

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

deporta

ficou difícil de uns tempos para cá
não sei o porquê
pode ser o adoçante no suco de cajá
é nos detalhes que você escolheu crer

acabou o amor
não sinto mais nada
nem mesmo o doce sabor da dor
e você perdeu o cheiro de pó de fada

caíram as escamas
vejo as linhas tortas
admoestou-se o drama

se abriram as portas
e o sangue não jorra mais na cama
e a voz na minha cabeça diz "deporta"

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

descritivo argumentativo

cabeleira negra
olhos cruéis
sorriso jacobino
pelos excessivos
lentes rubras
alma lavada
cheiro de protetor solar
manias esquizofrênicas
pés adultos
mãos definidas
assinatura circular
e o nome? é dispensável
gosto de você assim:
misterioso e perfumado
meu e especial

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

cleptomania

você disse que tinha um segredo
algo sujo e estranho
cheirando a enxofre e estanho
mas que eu saberia tarde ou cedo

cleptomania
uma palavra com nome de doença
que outra coisa daria na cabeça
parecia perigoso, como eu temia

três anos se passaram
um e meio na cadeia
roubou a Igreja no dia da Santa Ceia

seu nome nos registros não acharam
as traças roeram e os papéis definharam
eu tinha te salvado da sua mania

tinha te salvado do seu passado

mas você roubou minha confiança

e te abandonei com seu passado

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

quebra cofres

era o grande 'quebra cofres'
mas essa história não é sobre um cara mau
só tinha grandes mãos
mudei seu apelido para quebra corações

ele não tinha culpa de, quando ia me abraçar, quebrar minha coluna
nem de ser grande daquele jeito
com um sorriso amável
e o maior dos peitos

uma força estupenda
para todos os fins
usava-a para o bem
para proteger sei lá mais quem

podia mesmo quebrar cofres
e não tinha culpa de ser assim
nem teve culpa do que fez
mas que fez, fez

quebrou meu coração em mil pedaços
e quando tentou consertar, só piorou
os cacos espalhados corriam para longe de suas mãos perigosamente grandes
e era triste ver um homem daquele tamanho chorar por machucar alguém

nunca disse ao quebra cofres que ficou tudo bem
nem que amei de novo
ele parecia tão bem
andando com seu uniforme novo

ele está melhor sem mim
correndo pela estrada da vida que não tem fim
usando seu corpo para proteger outros humanos como eu
um propósito diferente do meu

domingo, 23 de novembro de 2014

coração ginasta

estava virado pra você
agora se virou para outro
de cabeça pra baixo
de ponta de pé

se equilibrando nas mãos
saltando sem parar
tentando conectar
mas sem alguém que quer

meu coração ginasta teve tendinite
na frente do público
ele escorregou das barras
e se espatifou no chão

e todo em chamas de vergonha
se reergueu e subiu de volta
as mãos pararam de coçar
porque ele queria mais

urrou e pulou
dançou e vibrou
se recompôs com graça
mas não podia esperar o próximo passo

meu coração ginasta teve tendinite
na frente do público
ele escorregou das barras
e espatifou no chão

meu coração ginasta
espatifou no chão

meu coração ginasta
escorregou das barras

terça-feira, 18 de novembro de 2014

i dão

falas falidas
dores doídas
idas e vindas
mapas da vida
busca suicida
nirvana corrompido
valor invertido
inversão validada
suspensão
prisão
fusão
redenção

domingo, 16 de novembro de 2014

cuco

alguém lhe deu pilhas novas
lhe prendeu na parede com um prego chique
passou horas te esperando

batia ao meio-dia e era pontual
pássaro de parede
no bico trazia a hora do almoço
e nas asas, o verniz

voe, pássaro de parede, voe
acho que não
preso a sua amada parede
sendo vítima do dinheiro
você não pode voar para longe
para onde eu não posso te ver

enlouqueceu em Outubro
agora soava às três e cinquenta e oito da manhã
matava todos de ódio

o portador do inferno sonoro tinha nome
Cuco
o pássaro de parede

voe, pássaro de parede
acho que pode ser
preso a sua amada parede
sendo vítima de ofensas
você um dia voará para longe
para onde ninguém quer te ver

parou de tocar
emudeceu-se após os últimos xingamentos
fez bico, é claro, era um pássaro

seu dono estava convicto de queimá-lo
mas sua esposa benevolente mandou dar pilhas novas
e aplicar mais verniz para embelezá-lo
mas o patrão não quis conversa

voou, pássaro de parede
acho-o no lixo
arremessado de sua amada janela
sendo vítima da gravidade
você voou como sempre quis
para onde se espatifou e eu pude te reconstruir

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

luto pela manhã

você tinha razão
eu sinto saudades da noite
porque agora veio o castigo amarelo
desculpa ter matado sua lua

você me amarrou no jardim
e o sol queima meus olhos
a pele já está evaporando
e eu ainda nem comecei a gritar

desculpa ter matado sua lua
eu quero de volta a noite
vou abraçar as trevas
e vou amar as estrelas

vai ter luto pela manhã
e somente manhã
porque eu matei a sua lua
eu matei a sua lua

hoje já tem quatrocentas horas de puro câncer
ultravioleta já se tornou ultraviolento
e eu não vejo mais o seu rosto
porque você não para de chorar

escondeu sua cara
depois que eu disparei
depois que eu cometi o assassinato
e agora se trancou em casa

desculpa ter matado sua lua
aceito de volta a noite
vou deixar as trevas me engolirem
e vou abarcar nas estrelas

vai ter luto pela manhã
somente amanhã
porque eu matei sua lua
e eu matei sua lua

castigo amarelo
luz solar
lâmina U.V.A.
o fogo dos céus
queima meus olhos
e tudo isso
porque matei sua lua

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

hiperlink sob medida

palilalia
lalia
lia
dia
entendia
entedia
ente
enteado
ado
cadeado
cadê?
deserto
serto
não, não, certo
certo
certeiro
teiro
carteiro
cart
carta
magna carta
magnânimo
mahogany
may
junho
agosto
a gosto
sal e açúcar
sacar 
ensacar
saco
asco
caso
-x-

terça-feira, 19 de agosto de 2014

#frasesdemãe

a busca pela perfeição nunca termina

lutaremos até o mais amargo fim

o plano superior se aproxima

nem todos serão levados

a morte virá para todos

só os melhores irão

porque a justiça só é cega quando você é autoconfiante o bastante para lhe ferir os olhos

igualdade não é perfeição

não tema a morte

repense suas táticas, aí pode estar a chave para seu sucesso

temos o que temos por motivos especiais

junte-se a mim na eternidade

dê um fim a esta loucura sem sentido

agora você observa, mestre

abra os olhos e veja o que se esconde

cubra suas vontades antes que seja tarde demais

isto vai proteger



quinta-feira, 7 de agosto de 2014

poema móvel

não sei
nem saberei
sem assumir que errei
ou que fui expulso por cuspir no sapato rei

afundo até as orelhas meu inseparável gorro
lembro de um esporro
subo o morro
corro

eu paro
vejo Sol claro
respiro o ar tão caro
dou conta do quanto esse prestígio é raro

almejo o brilhante e distante, é, estandarte
cruzará-me o baluarte
e o bacamarte
é a arte

temero
seu tal austero
vomito para o clero
e a paisagem divina, sem querer, adultero

desafio meu eu a ainda prosseguir para lá
vida nova a abarcar
ruim advirá
ô, azar

quarta-feira, 30 de julho de 2014

carta da pequena

conversa com uma prima distante:

"num gosto dele. ele tem doença. mainha que me disse tá?
namorá é coisa de velho
velho que nem vovó
(risos)
não
velho que nem mainha
eu vô casá...
sozinha
e vô tê uma filha
e vô sê a mainha dela né?"


sábado, 19 de julho de 2014

ó.dio sm (lat odiu) 1 Rancor profundo e duradouro que se sente por alguém

não me larga porque eu sou o único que foi idiota o bastante para te amar.

odeio quando você faz isso.

usar "odeio" em todas as frases faz com que as pessoas usem o cérebro antes de serem sentimentais com você.

já disse que odeio você? e que odeio todo esse seu ar de superioridade?

tenho até as datas marcadas no calendário, se quiser.

odeio seu toc maluco de marcar essas datas inúteis.

não me odeie por isso. poderia me odiar por ter me arrependido de ter casado com você. mas não me arrependo.

odeio isso também. eu me arrependo.

e não me larga porque sabe que não vai achar nada.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

três, tres, three, trois, три, tre

em muito me intriga o número três.

ele é tido como o número da família ideal (pai+mãe+filho), embora eu não creia nessa besteira

é o número que vem entre os dois algarismos que compõem a "resposta para tudo" (42)

mas três é demais

é o número ideal de pessoas para se ter prazer
também é o número perfeito de cerejas num bolo
e falar "três" é divertido
(a não ser que seja na frase: três pratos de trigo para três tigres tristes nos três trilhos dos três trens, aí perde a graça)
triscaidecafobia é uma palavra divertida, mas ela tem a ver com 13, e este texto é sobre o 3

é a quantidade de posições no pedra, papel ou tesoura

é um onze-avos a idade de Cristo, e três vezes o ano em que este nasceu

três horas em ponto no relógio, forma um ângulo de 90º, que é o mais legal dos ângulos

três horas da manhã é o horário mais comum de se acordar na madrugada, por motivos decorrentes de stress, ansiedade e fome

a personagem Número 3 do desenho "K.N.D. A Turma do Bairro" é dublada pela mesma dubladora da Lindinha, do desenho "As Meninas Super-poderosas", que retrata um grupo de três meninas.

o três está sempre presente

sempre
presente

segunda-feira, 14 de julho de 2014

não abra seu coração

cuidado quando for disparar
nossos contos de amor
aos negros que não querem parar
com seu semblante enganador

a morte vem à tona
quando você abre o coração
eles queimam sua lona
esta é sua alimentação

jura por Deus um segredo
mas já vi seu afogamento
em toneladas de levedo

e além de tudo isso, acrescento
que o maior de todo meu medo
é perder um você atento

domingo, 13 de julho de 2014

colorido

enquanto eu morro em azul, minha vida se expira no vermelho sangrento que você me tirou
o marfim que povoava minha mente é assassinado pelo seu púrpura violento

se verde é a cor da esperança, magenta é a cor do suicídio
o aqua puro de seus olhos se converteu num marrom sinistro e desolado

nada de dourado no paraíso, é tudo um véu branco e indiferente
consigo até tocar as cores, que se esvaem a meus passos

seguro-me no laranja esbranquiçado que estupra o seu rosto
tudo que você já me proporcionou não passa de um cinzento triste e apagado

a turquesa de sua bondade já se estragou e está carcomida
ainda que tenha te deixado algo, não foi bonito como o índigo dos olhos das índias mortas

aquelas que morreram para satisfazer seus desejos arroxeados satânicos
é isso que buscamos nas cores

representação

mergulhando em naufrágios de aviões - Agnes Milowka

airplane wrecksMergulhar em naufrágios de aviões é uma experiência bizarra e estranha – aviação pertence ao ar, não a água! Ainda assim, as coisas não correm sempre de acordo com o plano, aviões caem sim e às vezes eles acabam no fundo do oceano. Eu tive o prazer de mergulhar em dois grupos de escombros de aviões afundados na Austrália, o Fairey Firefly em Nova Gales do Sul e o Vultee Vengeance em Vitória.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

astronauta meu

Você ainda é, e sempre será
Astronauta meu, amor parcial
Voando no vácuo sem igual
Consertando Sondas 27-H
De ser, houve e haverá
Não ouço também seu tchau
No traje tão doce espacial
Com somente ninguém pra escutar
Lá, onde prevalece o amor, fora
Ondas sonoras que se dissipam
Chegarei, prometo, sem demora
O apocalipse esperará por nós
Buracos-negros não nos alcançarão
Voando no vácuo sem igual

quinta-feira, 3 de julho de 2014

saramagia

trezentos gramas de presunto de presunto? presunto ok ah e duzentos e cinquenta de queijo presunto e queijo entendi mas só traga queijo se estiver cheirosinho sem problemas e se puder trazer pão... isso é muita coisa é sempre assim, é muita coisa, é muita coisa é por isso que a Claudinha me indicou o Pedrão quem porras é Pedrão? meu amante que porra é essa mulher? pulei a cerca e estou pulando sua prostituta vou matar você e vai preso depois quer saber de uma coisa vou é comprar esse pão não esquece do queijo e do presunto

sexta-feira, 25 de abril de 2014

aliteração letal

dor demente
destituição distinta
demônio desolado
destruição descontente
desfecho doloroso

saudade sufocada
sentimento sofrido
superação suposta
suicídio singelo
silêncio singular

sexta-feira, 18 de abril de 2014

imortalização de um adeus



ele sentiu o corpo dela pelo que ele sabia que seria a última vez. em meio a lágrimas ela beijou os lábios dele e afastou-se lugubremente, mas ele era fraco, não aguentaria ficar longe. ao selarem um abraço, os dois sentiram um inexplicável peso em seus corpos. por mais que soubessem da necessidade de se separar para evitar trágicas recaídas, não podiam se mover. ele parou de sentir as pernas, e ela há muito não mexia o quadril. abraçando-o com mais força, ela confessou que não estava disposta a largá-lo. a última coisa que viram antes de se converterem em pedra foi a boca um do outro dizendo "adeus".