cereja

diz que Conhece meus vermes
e o docE da minha essencia
me seguRo no galho
e esse vEnto bate
e você Já está vindo me colher
e me Amar em frutos

fanfarra do feixe da esperança

tudo que eu preciso nessa vida é gostar de você
porque o resto vem
a quem faz bem
mesmo tendo feito tanto mal e deixado tantos à mercê

continuo no meu caminho
seguro no meu feixe de esperança
enquanto diante dos meus olhos a morte dança
mas guardando, no outro lado, meu cantinho

as vozes ecoam
e tudo procede
os sonhos voam

a fanfarra se excede
seus membros não sabem como soam
mas você me ensinou o que se segue

o que eu sou para você?

sou melhor amigo de seu pai
sei dos seus segredos
e compartilho de seus medos
escavo sua alma que cai

sou o chuchuzinho da sua avó
que em prol da juventude dos seus
não se negou ao dizer para Deus
que queria voltar ao pó

mas eu sou pra você
o que você é pra mim?
especial, mas demodé

e será que estamos mesmo assim
próximos à mercê
de um amargo fim?

os outros homens

os outros homens
eles se vestem melhor
comem da melhor comida
usam as melhores marcas
e provam das melhores drogas

mas os outros homens
aqueles de paletó branco
com os sapatos lustrados
cabelos petrificados
não sabem do seu ponto forte

os outros homens tem o dinheiro para me comprar
mas só quis estar com você
que nem tinha o dinheiro
mas tinha um sorriso
um lugar
e um coração

vou te arruinar também

não falta o Sol na minha manhã
só falta você acordar
pra vir me animar
esperei tanto pelo amanhã

mas parece que seu coração parou
e aquele sonho
sobre o qual as esperanças ponho
cessou.

este é mesmo o fim?
a tristeza que vem
sempre se vestiu assim?

me arruinei no que me convém
e sim
vou te arruinar também

oriente e ocidente

defenda
proteja
entenda
corteja

transluz
gargalha
seduz
trabalha

viva
ame
o vexame
e sinta

oriente de paz
ocidente que se desfaz