quando é que acabam essas indecisões tão sibilantes e afiadas? será que elas vão embora com os cabelos no futuro? fazem parte da humanidade e ficam coladas em nós como tatuagens incendiárias malditas. perseguem todos nós, são verdadeiras cobras. mas algo de bom pode vir com elas? o nervosismo, o suor, a agonia, a sensação de que tudo está girando ao nosso redor, mas tudo isso é um "treino" para a tal da "vida real" que parece nunca chegar, enquanto brinco com os piões de madeira na casa de vovó. quem escolher? o que fazer com a opção rejeitada? "se escolheu este, perde aquele" disse minha mãe. ela parecia estar certa naquela época, mas o que acontece com aquele que se perdeu? quem o consola? será que ele também não tem decisões a tomar? "estes" e "aqueles" para escolher e ignorar.
o que eu faço quando acabarem as escolhas? quando o cano do revólver frio chamado MATURIDADE estiver apontado e vibrando junto com minhas têmporas? digo que quero este, mas na verdade o disparo vem com qualquer alternativa. um abate psíquico de pura culpa, e tudo pois tive de escolher entre eles e elas. estes e aqueles. eu e você.
você
e
eu...
mas se todos os humanos, como já disse, passam por isso, como todos aguentam a ansiedade dentro de seus corpos frágeis? como pode caber tanta inquietação dentro de corpos tão pequenos, eu me pergunto por anos. todos cravam sorrisos maníacos e gestos de adoração, quando na verdade, jorra sangue de seus poros de tanto nervosismo. acham que enganam todos ao seu redor, mas mal sabem que só fazem me enganar. pelo que parece, todos sabem quando alguém está mentindo. todos menos eu, porque a minha escolha, foi ver o melhor das pessoas.
pena
que elas me negam esse melhor. esse jeito tão divertido de ver as almas das pessoas. essa alternativa tão sagaz de conviver com seres humanos, mas já que querem mesmo segredo, que fiquem com estes malditos segredos. fizeram suas escolhas, assim como eu fiz as minhas. e como os bebês de metal e carvão que vêm por aí terão que fazer também. todos vão prestar contas, os adultos de gelatina, os enganadores de proveta, as assustadas empinadoras de pipa, os encanadores de nottingham e os bebês de metal. principalmente os bebês de metal
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